Após assistir o filme “Terra deu,
terra come”, do diretor Rodrigo Siqueira [88’’, 2010], a equipe Invernália
decidiu ir visitar seu Pedro de Alexina na zona rural de São João da Chapada.
Embarcamos na kombi do festival
às 10h30 da terça-feira, paramos para fazer algumas compras, para não chegar de
mãos abanando, e ingressamos na rodovia afora. Antes de chegar ao nosso destino
final, passamos por comunidades como Guinda, Sopa e Morrinhos.
Já em São João da Chapada,
tivemos a sorte de sermos interceptados por Teresinha, assistente do Centro de
Referência de Assistência Social (Cras) de São João da Chapada, a qual nos
acompanhou até a casa de Seu Pedro e D. Lúcia e serviu de mediadora da nossa
visita.
Depois de um bom pedaço de terra
rodado, chegamos finalmente à terra de Seu Pedro (até onde o carro podia
seguir!) e caminhamos numa pequena trilha até a casa. Infelizmente
Seu Pedro não estava, porém, fomos muito bem acolhidos por sua mulher Dona
Lúcia (que também aparece no filme) e sua filha Alice.
A casinha é simples, feita de
pau-a-pique, com fogão de lenha, chão batido e poucos cômodos. A pouca
eletricidade é gerada por um adaptador de energia solar que suporta alimentar
apenas as lâmpadas que iluminam o ambiente.
Ao redor se encontram três casinhas, sendo uma para retirar o caldo da
mandioca, outra para torrar e, por último, a que serve como dispensa para
guardar lenha, milho, sementes, ferramentas e, inclusive, o boi (uma cabeça feita
de madeira presa à um cabo).
Lá almoçamos uma comida especial
preparada no fogão de lenha por Dona Lúcia, Alice e Teresinha. A comida estava
deliciosa, principalmente com o acompanhamento da cachacinha do Valter
(preferida de Seu Pedro). Depois do almoço, Dona Lúcia nos mostrou um pouco dos
espaços ao redor da casa, onde se processa a farinha de mandioca e onde ela
quebra os coquinhos do indaiá para fazer sua cocada.
O resto do tempo que estivemos lá
foi de muita prosa e causos. Lá pelas quatro da tarde, nos despedimos e
seguimos para o Quartel do Indaiá para conhecer outro personagem do filme, o
Seu Pedro Peçanha, comerciante da região bom de prosa e do riso frouxo. Conversamos
com ele, tiramos fotos e seguimos para a casa de uma das filhas de Seu Pedro de
Alexina, Maria Helena, onde tomamos café e conversamos sobre a vida na zona
rural.
O retorno da equipe a Diamantina
foi regado a muita risada e sacolejo, todos felizes com a experiência preciosa
que vivenciaram. Já anoitecia quando chegamos ao QG da Invernália, onde revemos
o material coletado dessa incrível viagem. Confira um pouco dessa jornada no
vídeo abaixo.